Os recalls mais marcantes da história automotiva brasileira
Confira os principais defeitos que chacoalharam a indústria nacional em mais de 50 anos; veja também as marcas envolvidas nos casos
Termo bastante temido no setor automobilístico, o recall representa um procedimento crucial e, por decreto, obrigatório realizado pelas montadoras. Oneroso, seu processo envolve a correção de defeitos de fabricação, questões de segurança ou problemas de desempenho que são identificados após os automóveis já estarem em circulação nas ruas.
Amparada pela Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor – CDC), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) orienta, em seu portal, que “o fornecedor não pode colocar no mercado de consumo, produto ou serviço que apresente alto grau de risco à saúde ou segurança das pessoas”.
Por conseguinte, esclarece, ainda, que “caso o fornecedor venha a ter conhecimento da existência de defeito após a inserção desses produtos ou serviços no mercado, é sua obrigação comunicar o fato imediatamente às autoridades e aos consumidores”.
Fica evidente, portanto, que o principal objetivo de um recall é proteger o proprietário do carro, minimizando quaisquer riscos decorrentes de falhas. Nesse contexto, as empresas entram em contato com o cliente afetado, solicitando que ele submeta sua aquisição a reparos que são oferecidos gratuitamente.
No país, ao longo de décadas, o segmento se deparou com episódios marcantes de recalls, abrangendo milhões de modelos. As situações englobam desde problemas mecânicos menores até defeitos graves que punham em cheque a integridade de ocupantes.
As convocações que mais ganharam notoriedade na história da indústria nacional
Chevrolet Onix Plus
Problema: risco de incêndio
Causa: defeito no software de gerenciamento do motor
Convocação: 19.050 unidades
Ano: 2019
Chevrolet Corsa (hatch, sedã, picape e perua)
Problema: falha no cinto de segurança
Causa: Má fixação, que fazia o componente se soltar no impacto
Convocação: 1,2 milhão de unidades
Ano: 2000
Fiat Tipo
Problema: risco de incêndio
Causa: mangueira inadequada do sistema de direção hidráulica
Convocação: 170.000 unidades
Ano: 1996
Fiat Stilo
Problema: soltura das rodas
Causa: fadiga no cubo das rodas traseiras
Convocação: 52.000 unidades
Ano: 2010
Volkswagen Fox, CrossFox e SpaceFox
Problema: perigo de mutilação do dedo
Causa: instalação inapropriada da fita de tecido de uma argola metálica
Convocação: 511.000 unidades
Ano: 2008
Volkswagen Jetta
Problema: soltura do eixo traseiro em caso de colisão
Causa: deformação do braço do componente
Convocação: 32.000 unidades
Ano: 2014
Ford Corcel e perua Belina (o primeiro recall no Brasil)
Problema: desgaste irregular dos pneus
Causa: desalinhamento da direção
Convocação: 65.000 unidades
Ano: 1970
Toyota Corolla
Problema: aceleração involuntária
Causa: erro no pedal, que fazia o carro disparar
Convocação: 107.000 unidades
Ano: 2010
Os casos apresentados ilustram de maneira didática a importância das regulamentações de segurança automotiva, além da urgência de vigilância constante para a proteção da frota circulante.
Os recalls reforçam a necessidade de transparência, responsabilidade e comunicação eficaz por parte das montadoras, a fim de que possam lidar adequadamente com problemas de fabricação ocorridos após o lançamento das linhas no mercado.
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