O ciclo do desmanche criminoso de veículos: da ação ao lucro ilegal
Entenda cada fase percorrida pelos automóveis que sofrem desvio e as decorrências dessa prática
Quando realizado dentro do sistema legal, o desmanche se torna um procedimento crucial para a indústria automotiva, implicando na execução de demandas necessárias, tais como desmontagem, reciclagem e reutilização de componentes e materiais provenientes de veículos fora de uso.
Em conformidade com a lei, portanto, a atividade é segura, com vista a promover a sustentabilidade, reduzir o desperdício e minimizar o impacto ambiental do setor. Para isso, precisa ser conduzida por empresas licenciadas/regulamentadas que operem em total sintonia com as normas jurídicas vigentes.
Se assim for, os estabelecimentos podem obter outorga das autoridades competentes, sob a condição de seguir etapas processuais imprescindíveis, entre as quais: avaliação de documentação; desmontagem controlada; separação de estruturas; e reciclagem sustentável.
No entanto, considerando a origem envolvida, é importante fazer uma distinção entre tipos de desmanches, uma vez que existem os regulares e os criminosos. O último, tema desta matéria, compreende prática ilícita que abrange uma série de fases, desde o roubo do automóvel até a venda das peças contrabandeadas.
Esse ciclo clandestino, por sua vez, tem sérios encadeamentos para a segurança pública, atingindo, ainda, a economia legal e a preservação da natureza. Para entender as consequências, continue a leitura.
Fase 1: roubo ou furto
O ciclo do desmonte criminoso começa com o roubo ou o furto. Gangues especializadas em cometer o crime identificam alvos, muitas vezes com base em modelos populares ou buscando por itens específicos neles.
Os carros, então, são subtraídos em estacionamentos, ruas e até mesmo garagens residenciais, através de ações que, não raramente, ocorrem sob a mira de armas de fogo, em episódios traumáticos de violência.
Fase 2: desmontagem ilegal
Uma vez raptados, os veículos são direcionados a locais secretos, como galpões ou áreas isoladas, onde o desmanche ilegal acontece. Na sequência, os componentes são retirados de maneira rápida e normalmente errada. Portas, pneus, rodas, motores e outras partes valiosas costumam ser recolhidas causando danos graves à estrutura do automóvel.
Fase 3: venda das peças roubadas
As peças roubadas são levadas ao mercado paralelo, quase sempre negociadas a preços abaixo das legítimas. Oficinas de reparo, revendedores de itens usados e até mesmo compradores individuais podem adquirir esses produtos sem conhecimento de sua procedência ilícita. Por isso é fundamental tomar os devidos cuidados.
Fase 4: descarte irresponsável
As partes restantes dos carros que não podem ser comercializadas, como chassis e carcaças vazias, frequentemente são descartadas de forma inconsequente. Isso pode resultar em efeitos ambientais relevantes, incluindo poluição do solo e contaminação da água.
Repercussões sociais e financeiras
Riscos para a segurança pública: peças de baixa qualidade e veículos reconstituídos a partir de itens desviados podem representar riscos sérios à integridade de motoristas, passageiros e pedestres.
Prejuízo econômico: roubos ou furtos de automóveis, bem como a circulação de componentes contrabandeados prejudicam a economia legal, resultando em perdas para proprietários, seguradoras e a indústria de modo geral.
Desperdício de recursos: a desmontagem criminosa joga fora materiais valiosos presentes nos carros, como metais e plásticos, que poderiam ser reaproveitados de maneira pertinente e sobretudo sustentável.
Apoio ao crime organizado: o desmanche criminoso geralmente está ligado a quadrilhas especializadas e facções, que podem estar envolvidas em inúmeras outras práticas à margem da lei, como homicídios e lavagem de dinheiro.
Medidas contrárias essenciais
Combater o desmanche ilegal exige esforços coordenados entre autoridades policiais, legisladores e sociedade. Providências como o fortalecimento da segurança pública, regulamentações rigorosas para a compra e a venda de itens usados, além de campanhas de conscientização ajudam a conter a atividade ilegal e seus impactos negativos.
Somente um plano executado de modo conjunto poderá se mostrar eficaz para aumentar a proteção tanto da frota circulante, como da economia e do meio ambiente, contra esse mal.
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