Motor Ford V8 consolidou império na Fórmula 1

 Motor Ford V8 consolidou império na Fórmula 1

Depois de sua estreia em 1967, o propulsor dominou o pódio da competição automotiva até o começo da década de 1980

Nas corridas da Fórmula 1, competem 20 pilotos e, também, suas respectivas equipes e máquinas. Construir um veículo potente e de destaque é um dos principais objetivos dentro do esporte – e continua assim até hoje. 

Esse cenário já tinha essa configuração no século passado, quando um motor em específico conquistou um nítido domínio quanto aos demais participantes. Tudo começou em 1967, quando a equipe Lotus usou pela primeira vez o motor Ford Cosworth de oito cilindros, garantindo a vitória no GP da Holanda para o piloto escocês Jim Clark. 

A partir disso, o propulsor (junto de suas evoluções) teve o maior domínio de todos os tempos no esporte. Foram 155 vitórias, 13 títulos mundiais de pilotos e 12 campeonatos de construtores. O destaque foi inigualável até o começo dos anos 80, em 1983. 

O surgimento do motor

De qualquer modo, a Ford acreditou que não seria benéfico manter parceria com apenas uma participante e passou a comercializar o propulsor V8 para outras empresas, como a Matra e McLaren no início. 

Na primeira parte dos anos 60, a Lotus obteve sucesso com motores Climax. Em 1966, a fabricante não quis mais investir, o que deixou a competidora automotiva em grande desamparo. Era preciso buscar algum parceiro capaz de enfrentar aqueles que brilhavam na pista, como Repco, Ferrari, Maserati e Weslake. 

Nesse cenário, havia a empresa independente Cosworth, de Mike Costin (“Cos”) e Keith Duckworth (“Worth”), que buscava investidores. Colin Chapman, da Lotus, estava interessado e foi atrás da Ford para colaborar. Assim, surgiu a gestação do motor Ford Cosworth.  

Após quase dois anos de trabalho e desenvolvimento, chegou o tão aguardado resultado: um motor potente, leve e barato. O Ford Cosworth V8 custava cerca de 7.500 libras, tinha potência de 400 cavalos e – muito importante para a Fórmula 1 – era mais leve que o dos concorrentes. 

No ano de estreia, 1967, Jim Clark não garantiu o título de campeão devido a outras falhas mecânicas não associadas ao motor. Mas, mesmo assim, os envolvidos na competição já puderam ver uma prévia do que o motor Ford Cosworth era capaz e que, em breve, a Lotus seria a vencedora. 

Por outro lado, já era de se esperar que a notória Ferrari não abriria mão de usar seus próprios componentes mecânicos na F1, mas isso acabou a prejudicando. O time vermelho não estava na sua melhor fase e todas as primeiras posições de 1969 a 1973 foram exclusivamente de motores Ford Cosworth. 

Já nos anos 90, a Ford voltou a aparecer um pouco mais. Ganhou algumas corridas com a Benetton, e até um título mundial, mas nunca se comparou ao ilustre período de 1967 a 83.

Mesmo com o fortalecimento da Ferrari nos anos 70, as vitórias continuaram sendo predominantemente dos motores ingleses. Isso só foi mudar nos anos 80, com a chegada em peso de investimentos por parte de montadoras como Renault, BMW e Porsche. Nessa fase, brilharam pilotos como Alain Prost e os brasileiros Nelson Piquet e Ayrton Senna.

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