Falta de peças no mercado automobilístico: como isso atrasa a produção dos zero km

 Falta de peças no mercado automobilístico: como isso atrasa a produção dos zero km

Produção de carros zero km pode atrasar em até seis meses

Mesmo meses após a reabertura do comércio, o setor automobilístico continua passando por dificuldades. A expectativa é que o ano de 2021 termine somente com 6% de alta na produção de veículos em comparação ao ano de 2020.

Porém, o problema não está só no mercado brasileiro. Uma crise global ronda o mercado de peças automobilísticas e as entregas de diversos carros 0km estão comprometidas.

O problema teve início com a pandemia do Covid-19: a maioria das peças são exportadas da China e diversas fábricas paralisaram suas produções e montagens no Brasil e em outros países.

Além disso, a falta de semicondutores, componentes indispensáveis na montagem dos automóveis atuais, também ajudou na redução de operações das fabricantes brasileiras.

Os semicondutores garantem a assistência e segurança do motorista, além de auxiliar no funcionamento das centrais. Por isso, a produção dos veículos precisa dessa peça para o funcionamento geral do carro. 

Porém, ao se tratar de uma peça elétrica, com a pandemia em 2020, a produção destas foi redirecionada para as indústrias de eletroeletrônicos. Com a volta da produção automobilística, ela ficou em falta pela alta demanda.

A espera para ter seu carro 0km em mãos pode levar até seis meses. Em junho, diversas fábricas estiveram fechadas por cerca de um mês, como a Volkswagen de Taubaté – SP pela escassez de peças.

Diversos consumidores desistiram de ter seus carros novos por conta da demora da entrega. A prorrogação também foi muito comum: os 30 dias viraram 90, os 90 viraram 120 e os compradores ficaram impacientes.

Outros aceitaram esperar o tempo que fosse a fim de ter seu carro em mãos, mesmo que essa espera na finalização dos modelos demorasse um semestre.

Em setembro, segundo números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o número de venda de veículos atingiu seu pior patamar desde 2005.

A previsão é que o ano de 2021 encerre com 2,219 milhões de veículos produzidos, entre 6% e 10% a mais em relação ao ano de 2020. Porém, a situação está longe de acabar.

Economistas preveem que até o segundo semestre de 2022 a baixa de peças no mercado e o atraso na entrega de carros continue, começando a melhorar ao final de 2022.

Cerca de 5 milhões de veículos no mundo não devem ser produzidos neste meio tempo até uma normalização no setor, prevista apenas para 2023. Os consumidores já estão repensando a compra de seus próximos carros por conta da espera que irá demorar a diminuir.

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