Eau Rouge: conheça a curva mais perigosa da Spa-Francorchamps

 Eau Rouge: conheça a curva mais perigosa da Spa-Francorchamps

O trecho é marcado por ter sido palco de grandes colisões automobilísticas desde 1980

Os amantes do automobilismo conhecem o Spa-Francorchamps, o autódromo belga que costuma sediar diversos campeonatos de corridas e detém a temida curva Eau Rouge.

O trecho promove discussões desde 1980 com a temática: quem consegue fazer a curva completa “flat”, isto é, sem tirar o pé do acelerador. Com a evolução dos carros e o aumento da pressão aerodinâmica, a curva já não era um desafio. Todavia, os pilotos passaram a abusar da velocidade no trecho. Por consequência, os riscos aumentaram.

A Eau Rougue foi palco de seis grandes acidentes apenas nos últimos cinco anos incluindo os pilotos:

  • Kevin Magnussen (Fórmula 1), em 2016;
  • Pietro Fittipaldi (Mundial Endurance [WEC]), em 2018;
  • Matevos Isaakyan (Mundial Endurance [WEC]), em 2018;
  • Juan Manuel Correa, Giuliano Alesi e Anthoine Hubert (Fórmula 2), em 2019;
  • Davide Rigon, Jack Aitken, Frank Perera e Kevin Estress (24 Horas de Spa-Francorchamps), em 2021;
  • Abbie Eaton, Beitske Visser, Sarah Moore, Belen García, Ayla Agren e Fabienne Wohlwend (W Series), em 2021.

Somente nos casos de Pietro Fittipaldi, que fraturou as perna, e Kevin Magnussen o veículo não retornou à pista após a colisão com a barreira de pneus. Nos demais acidentes houveram danos graves, incluindo a morte do francês Anthoine Hubert.

O ponto em comum entre esses acidentes é a ausência de áreas de escape da Eau Rouge, tanto externa quanto internamente. Com exceção da W Series, que contou com fatores específicos que corroboraram com as colisões: chuvas fortes e recentes haviam provocado uma grande ondulação na primeira perna, além de óleo na pista que se misturou à garoa que caira minutos antes do evento.

Momento de mudanças na Eau Rouge

Mesmo com a evolução da segurança da célula de sobrevivência dos carros, não haveria como manter o desafio da curva sem tomar providências para diminuir os riscos do trajeto.

Desde 2019, após o acidente de Hubert, existia um planejamento para aumentar o espaço de escape neste trecho e da inclusão de caixas de brita. O intuito seria adequar o autódromo para o motociclismo, o que já tornaria mais seguro para o automobilismo.

A obra também pretendia aterrar o lado interno do morro da curva uma vez que após a mureta há um grande penhasco para a Floresta das Ardenhas. Contudo, os projetos não chegaram a sair do papel em decorrência da pandemia de Covid-19 e do recente homicídio da diretora do circuito, Nathalie Maillet (51). A francesa também era a encarregada pelas melhorias e reformas do Spa- Francorchamps.

Relembrando outros grandes acidentes na Eau Rougue

Jonathan Palmer e Philippe Streiff (1987)

Dada a largada, os pilotos Philippe Streiff e Jonathan Palmer se encontraram na curva e o resultado foi uma colisão violenta. O carro de Streiff foi dividido e os destroços se espalharam pelo trecho, forçando a interrupção da corrida. Todavia, nenhum dos dois saiu ferido e o francês conseguiu participar da relargada com seu carro reserva.

Alex Zanardi (1993)

Ainda durante os treinos, ao subir a Eau Rouge, a Lotus do italiano sofreu uma pane em sua suspensão ativa. A batida foi tão intensa que Zanardi perdeu os sentidos e precisou repousar durante todo o final de semana, contudo não sofreu nada mais grave.

Jacques Villeneuve (1998)

Mesmo com as áreas de escape levemente aumentadas, a Williams de Villeneuve sofreu uma pancada na proteção de pneus e perdeu a traseira, contudo o piloto saiu ileso.

Ricardo Zonta e Jacques Villeneuve (1999)

O canadense Villeneuve acabou enfrentando a ira da Eau Rouge novamente apenas um ano após seu outro acidente, repetiu a dose e perdeu a traseira de seu carro. Ricardo Zonta acabou capotando na área de escape durante os treinos. Ambos não tiveram ferimentos.

Ryan Briscoe (2004)

Na época, como terceiro piloto da Fórmula 1 pela Toyota, Ryan Briscoe, que hoje é muito mais conhecido pela Fórmula Indy, bateu com força na subida da Eau Rouge. O piloto chegou a ficar zonzo, mas não se feriu e saiu do veículo acenando para a torcida.

Takuma Sato e Christian Klien (2004)

Ainda na primeira volta, Klein e Sato se acidentaram na famosa curva e ambos os veículos saíram com avarias consideráveis. Infelizmente, outros pilotos como Gianmaria Bruni e Giorgio Pantano colidiram com os destroços, mas todos escaparam ilesos da corrida.

Compartilhe