Dez carros clássicos icônicos: beleza, tradição e nostalgia
Confira uma seleção com dez modelos marcantes, exuberantes e inesquecíveis de carros clássicos
Quando se fala em carros clássicos, deve-se considerar que, ao longo da história automotiva mundial, vários foram os modelos que marcaram época e revolucionaram o mercado. De diversas marcas, tamanhos e categorias, tradicionais veículos conquistaram um espaço no coração de milhões de consumidores de automóveis. Na lista a seguir, é possível relembrar alguns deles.
Chevrolet Chevette
Colocada no mercado em 1983, a geração de número dois do Chevette é reconhecida pela peculiaridade robusta conferida ao sedã da General Motors graças à tração traseira.
Pode-se dizer que o Chevette de quase quatro décadas atrás pincelou alguns dos melhores itens de modelos da Chevrolet, como a grade do Opala e a parte da frente que remete à do Monza, porém em menores proporções.
Com motor 1.6 de 73 cavalos, o carro, à época, também apresentou inovações, tais quais maior volante, padrões de revestimentos inéditos e um remodelamento no quadro de instrumentos.
Mesmo alguns detalhes considerados como “defeituosos” do sedã, como a coluna de direção torta se comparada aos bancos e pedais, foram mantidos. Essa característica, inclusive, esteve presente em diversos modelos da GM, deixando de existir apenas com o lançamento do Corsa.
As principais qualidades do modelo ficam por conta de sua direção bem apurada e precisa, a notável maciez proporcionada pelo câmbio manual e a estabilidade em curvas.
Volkswagen Passat LS
Antes de sair de linha no Brasil, o modelo mais atual do Passat lançado pela Volkswagen no país custava em torno de R$170.000. O alto preço tem sua justificativa esclarecida pelo valor de euro, cotado, na época do último lançamento do sedã de luxo, em R$6,30.
Preço alto não necessariamente significa carro clássico inesquecível. E para adquirir o detentor do nono lugar da lista, é preciso ter muito menos do que o preço do Passat mais recente colocado no mercado pela montadora alemã.
O Passat LS de 1982/1983 custa, atualmente, cerca de R$10.000 a R$16.000. Além de apresentar a tração dianteira com juntas homocinéticas e a suspensão traseira por eixo de torção – características que chamaram atenção quando do lançamento do primeiro Passat, em 1974, – o modelo possui motor 1.6 com propulsor de 96 cavalos.
E é justamente esse motor o responsável por fazer com que o carro tenha uma leve inclinação, como se estivesse “levantando”, no momento em que arranca. Esse detalhe faz toda a diferença. O desempenho do sedã é bom e pode até ser comparado com carros mais potentes devido ao sistema de motor.
Ford Maverick OHC
Desde seu lançamento, em 1969, o Maverick enfrentava o problema do preço para abastecer o carro. Com o motor de quatro cilindros, o concorrente Opala consumia menos e tinha desempenho semelhante ao carro da Ford.
Para contornar o problema, a unidade de Taubaté da montadora norte-americana criou, em 1975, o motor OHC, que possuía fluxo cruzado de gases e comando de válvulas no cabeçote. A criação saiu de linha apenas em 1983 e representou uma novidade histórica na evolução dos tipos de motores naquela época.
O carro tinha alguns números e dados técnicos que impressionavam – levando em consideração seus concorrentes, sua categoria e a época em que foi produzido. Para chegar a 100 km/h, eram necessários somente 18,17s.
A velocidade máxima a que se podia chegar com um Maverick OHC era 156,5 km/h. O preço era, na época, de 56.600 cruzeiros. Atualmente, ele está avaliado em 64.000 reais.
Além do já citado comando de válvulas no cabeçote, o motor do modelo tinha quatro cilindros em linha, 2 302 cm³ e carburador de corpo duplo e fluxo descendente.
Volkswagen Fusca
Um dos carros mais apaixonantes que a indústria já produziu, o besouro carrega fãs por todo o mundo. No Brasil, começou a ser vendido em 1950, mas ainda sem produção nacional. As unidades vinham da Alemanha, inicialmente montado pela Brasmotor – na época em que a Volkswagen ainda não tinha chegado em solo brasileiro.
A produção realizada no Brasil passou a ocorrer em 1959. O primeiro local onde o modelo foi produzido foi um balcão alugado na região do Ipiranga, em São Paulo. A principal dificuldade da Volkswagen, naquele tempo, era de encontrar fornecedores brasileiros que fizessem com que a empresa respeitasse os 54% de nacionalização previstos para a produção de veículos na época.
O destaque dos Fuscas vai para a geração de 1981 e 1982, que possuíam motores 1.3 (já movidos a álcool). Havia também a versão 1.6, que destoavam dos primeiros não apenas pela potência do motor, mas também pelas marcantes lanternas Fafá que tinham.
Puma GTE
O Puma GTE ficou conhecido por unir o chassi da Brasília e as lanternas traseiras do “Zé do Caixão”. Os tambores dianteiros também foram trocados por discos de freios. Todas essas mudanças em relação às versões anteriores de Puma, que deram forma ao modelo GTI, aconteceram em 1970.
Outra alteração marcante ocorrida com o esportivo, também naquele ano, foi no que diz respeito à criação de novos mecanismos de marchas e válvulas. Apareceram também inéditos conjuntos de pistão.
No ano seguinte, surgiu a versão Spider do Puma GTE, caracterizada pelo fato de ser conversível e possuir teto de lona. Mas a mudança de nomenclatura do Puma conversível era apenas questão de tempo, já que dois anos depois, o GTE Spider passou a se chamar GTS, em modelo que apresentava pista-alertas embutidos e painel de fibra.
Os Pumas GTE tiveram sua produção parada em 1985 e retomada três anos depois, desta vez fabricados pela Alfa Metais. Porém, menos de dez anos depois, em 1994, a marca Puma saiu totalmente de linha.
Chevrolet Opala
Quem nunca ouviu a frase “Fulano bebe mais que Opala”. De fato, o motor 2.5 de quatro cilindros e 90 cavalos, dos Opalas Comodoros produzidos entre 1981 e 1982, fizeram com que o modelo da GM tivesse a fama de beberrão, que é mantida até hoje e levada com bom humor pelos amantes do veículo.
Mesmo gastando bastante quando o assunto é combustível, os amantes do Opala são milhares. Algumas características do modelo fizeram com que ele fosse adorado pelo público, mesmo diante do relativamente baixo custo-benefício. Dentre eles, os faróis retangulares incorporados ao Opala em 1980 e a caixa manual de quatro marchas.
Também notáveis no sedã requintado são o volante de dois raios, o teto forrado de vinil e o quadro de instrumentos retilíneo, que passou a fazer parte do carro em 1981.
Volkswagen Gol GTS
Não é novidade que o gol foi, durante décadas, um dos modelos mais vendidos e populares do Brasil . Lançada em 1987, a versão GTS do carro produzido pela Volkswagen está nessa lista pelos incríveis itens que apresentava – algumas vezes incorporados de outros modelos também feitos pela montadora alemã.
Os faróis do GTS, por exemplo, eram largos como os do Voyage. O painel era o mesmo do Gol GT, e o volante provinha do Santana. Um dos destaques eram as lanternas de trás, que tinham luzes de milha e de neblina. As rodas apresentavam design único, o que fazia com que elas se destacassem em meio a outros carros do mercado da mesma categoria.
Não se pode esquecer da manopla do câmbio que simulava uma bola de golfe, que surgiu em 1988 no mercado. O motor, potente para a categoria, tinha 99 cavalos em teoria, mas na prática seu propulsor permitia que o carro chegasse a ter 110 cavalos de potência, na versão 1.8.
Fiat 147
Era impossível fazer uma lista de dez carros clássicos icônicos sem colocar o primeiro movido a álcool fabricado no Brasil. Os “haters” vão dizer que o modelo era conhecido por ter 147 problemas. Mas são muitos os amantes do veículo de menos de 800 kg produzido pela Fiat.
O carro, se comparado aos seus concorrentes diretos na época, era bom para quem não tinha a melhor das posturas. Sua ergonomia era relativamente bem elaborada. Mas esse conforto contrastava com o esforço que o motorista tinha que fazer na hora de trocar as marchas.
A cada mudança, era necessário fazer grande força, já que os engates eram duros. Era comum também ver motoristas arranhando marchas nos primeiros dias com o modelo. O motor do Fiat 147 era o Fiasa 1.3, com potência de 62 cavalos.
Dodge Charger R/T
Assim que chegou ao Brasil, a Chrysler colocou no mercado o Charger R/T, que representava o estereótipo de veículo americano em termos de visual e potência. E como quase todo lançamento, o preço para quem quisesse adquiri-lo não era simplório: o equivalente a R$197.586 reais atualmente.
A opção de compra, definitivamente, atendia às expectativas do consumidor que queria potência e considerável velocidade, afinal, o carro cujo motor tinha 215 cavalos atingia mais de 180 km/h.
Mas o modelo era um consumidor refinado no que diz respeito a combustível: rodava muito melhor com gasolina azul, de alta octanagem, e preço maior que a gasolina comum.
O design interno do veículo chamava atenção e combinava com a “exigência” de combustível. O carro era para poucos e demonstrava isso até em seu interior: bancos individuais de couro reclináveis, ar-condicionado sob o painel e direção hidráulica.
Assim como toda a linha Dodge, o modelo saiu de linha em 1981, muito por conta da alta de preços de combustível provocada pela Crise do Petróleo, somada ao fato do veículo ser um “beberrão criterioso”.
Ford Belina 4×4
A Belina 4×4 surgiu em um momento no qual o público que vivia nas áreas rurais não se satisfazia mais com modelos extremamente rústicos e duros. Levando em Consideração o desejo de conforto por parte dessas pessoas, a Ford lançou o veículo, que unia a robustez da picape a conforto e versatilidade.
A primeira e única Station Wagon brasileira com tração nas quatro rodas topava quase qualquer parada: enfrentava barro, poças de lama e diversas estradas irregulares, sem muito prejuízo graças à suspensão elaborada com eixo rígido e molas helicoidais.
Com espaçoso porta-malas de 569 litros, o modelo se destacava por apresentar, no cubo de rodas, o “copinho”, fruto do sistema de tração com rodas livres na parte de trás. É preciso ressaltar que o carro bebia bastante, se for levado em consideração que o motor era 1.8 de 71 cavalos, e o veículo rodava em sistema 4×4.
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