Como o motor a combustão recriou a dinâmica das cidades

 Como o motor a combustão recriou a dinâmica das cidades

Um dos grandes inventos da humanidade, o motor a combustão segue protagonista no transporte.

No mundo de hoje, os carros dominaram as cidades e tornaram-se o meio de transporte predominante em todo o mundo. Seja em horário de pico ou não, é praticamente impossível não ver automóveis circulando nos perímetros urbanos. Mas como será que o motor a combustão, desde a sua criação, chegou a este ponto?

De volta ao passado

Entre os séculos XVIII e XIX, já era possível ver charretes e carroças dividindo os espaços nas ruas junto com os pedestres. Isto é, o ser humano sempre buscou formas de se locomover mais rápido ou achar formas de transportar cargas sem usar tanta força braçal. 

Não demorou muito para este ideal ganhar força e criar outras formas. Em 1769, surgiu o que seria considerado o primeiro carro, desenvolvido por Nicolas Joseph Cugnot, um engenheiro francês. Mas o veículo em questão, possuía a mesma estrutura de uma carroça, porém era movido por um motor a vapor.

Carro com motor a vapor

Foi assim que, nas décadas seguintes, os veículos a vapor começaram a ganhar popularidade. Uma frota inteira de ônibus foi desenvolvida com motores alimentados por carvão. Por outro lado, nem toda a Europa foi a favor da nova tecnologia. Londres, por exemplo, recusava-se a aceitar o projeto levando em consideração a grande poluição sonora e de fumaça provocada. 

Os carros só caíram no gosto popular quando houve a invenção do motor a combustão. Foi aí que Karl Benz, um engenheiro alemão, desenvolveu o primeiro veículo que utilizaria esse tipo de motor. Batizado de Benz Patent-Motorwagen, o carro comportava até duas pessoas, apesar de ser indicado apenas para uma e alcançava míseros 16 km/h. 

Uma coisa interessante sobre esse modelo é que ele não possuía volante. O controle de direção e frenagem era feito por meio de alavancas muito semelhantes ao leme de um barco. 

Após 1850, a tecnologia foi evoluindo e descobriu-se um excelente potencial de desempenho com o uso do petróleo. Uma fábrica de carros foi fundada por Gottlieb Daimler em 1926 e, posteriormente, firmou sociedade com Karl, nascendo assim a Mercedes-Benz.

Benz-Patent Motorwagen em exposição

Com a inovação ganhando cada vez mais a Europa, foi a vez dos Estados Unidos entrarem na jogada com a revolução iniciada por Henry Ford. Ele fundou a montadora que carrega seu sobrenome e deu o pontapé inicial no conceito de “produção em massa” ou o também conhecido “Fordismo”. Foram mais de 15 milhões de exemplares vendidos em 19 anos, após o lançamento do primeiro Ford T.

As mudanças nos centros urbanos

Ao final da Primeira Guerra Mundial (1918), os automóveis movidos a combustão já faziam parte do dia a dia em todo o mundo. A cidade de Detroit, nos Estados Unidos, foi a pioneira em implementar o uso da sinalização de trânsito. Inclusive, já tinham criado um semáforo bem semelhante ao que é usado até os dias atuais. 

Semáforo antigo

O século XX foi considerado o “século dos carros”, já que foi neste período em que os carros e fabricantes se multiplicaram pelo planeta, tornando essencial diversas mudanças para melhorar o convívio entre veículos e pedestres. Além do asfalto cobrir ruas e estradas, foi criado um nível de separação para a segurança dos pedestres, ou seja, as calçadas.

Algumas regiões tiveram suas paisagens rapidamente modificadas com o uso de sinalizações verticais e horizontais. As cidades que nasceram depois disso, já incluíam em seus projetos toda essa estrutura necessária para abrigar os carros. 

Motor a combustão: mocinho ou vilão?

Para quem já assistiu aos filmes do Batman, certamente já ouviu a famigerada frase “Ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar o vilão”. Bom, foi justamente isso que aconteceu com os carros movidos a combustão. As máquinas que outrora eram as protagonistas das cidades, agora estão assumindo a posição de antagonistas.

Veículos elétricos aos poucos ocupam espaço dominado pelo motor a combustão.

Diversos problemas como poluição do meio ambiente, poluição sonora, engarrafamentos intermináveis e ineficiência no transporte, começaram a colocar em xeque o amor das pessoas pelos automóveis.

Uma gama de países começou a fazer campanhas para a substituição dos antigos veículos por modelos eletrificados, visando a redução da emissão de gases nocivos. Além disso, inclinaram-se a apoiar meios de transporte alternativos e a mobilidade ativa. 

Em um panorama geral, a previsão é que até 2050 a mobilidade urbana esteja bastante diferente, mais consciente, menos poluente e com o motor a combustão, aos poucos, ficando para trás

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