Carro rebaixado: vale a pena?

 Carro rebaixado: vale a pena?

Muitos proprietários rebaixam seus automóveis para deixá-los ainda mais exclusivos. Mas é possível customizar sem deixar de lado a segurança?

Personalizar o carro pode ser uma prática bastante saudável para além dos desejos do seu dono, pois tem como consequência a movimentação de uma indústria paralela às montadoras: as produtoras de complementos e acessórios. Isso faz com que a economia gire, reforçando seu dinamismo.

A questão se torna delicada apenas quando as modificações ocorrem em regiões mais sensíveis do veículo, por exemplo a suspensão, local de onde parte o rebaixamento.

A justificativa de vários amantes das customizações para esse serviço é o fato de o automóvel ficar mais elegante ou favorecer a condução nas curvas.

Exemplo de carro rebaixado. Vale a pena?

O hábito de rebaixar a suspensão é dividido em níveis, variando do leve ao extremo, este último quando o carro fica a pouquíssimos centímetros do chão. A suspensão fixa – tipo próprio para o rebaixamento – é uma verdadeira atração entre os entusiastas.

Entretanto, mudar as características de um veículo muitas vezes pode dificultar ao invés de melhorar sua condição. Quando um automóvel é rebaixado, independentemente da forma ou do impacto na suspensão, efeitos colaterais irão surgir.

Os principais problemas enfrentados após a customização são:

  • Ruídos resultantes do assentamento inadequado das molas;
  • Interferência entre o automóvel e as valetas ou lombadas;
  • Redução da vida útil e da estabilidade.

É importante considerar que, ao rebaixar o carro, o centro de gravidade também desce. Embora durante as chuvas a carroceria incline menos, a suspensão tende a perder o curso em compressão, o que também altera a geometria das molas e se torna um enorme problema para veículos com suspensão traseira independente.

Além disso, as medidas de alinhamento e balanceamento passam a ser diferentes daquelas indicadas pela montadora e, somando-se ao uso de amortecedores de fábrica que não foram desenvolvidos para essas ocasiões, os impactos se agravam.

Suspensão veicular

O tuning (ajuste) de suspensão realizado pelas fabricantes são padronizados de acordo com a essência de cada marca; ou seja, enquanto uns se voltam para o ganho de estabilidade, outros visam ao conforto na condução. Por isso, rebaixar o veículo compromete esse acerto.

Para satisfazer os desejos dos clientes e garantir a segurança, o tuning é um trabalho que exige um vasto conhecimento técnico, envolvendo engenheiros e doutores da área.

Serviço de alinhamento do carro

Mas se mesmo com os riscos o proprietário optar por rebaixar o carro, alguns cuidados são fundamentais, a começar pelo uso de molas específicas para a modificação já existentes no mercado, ao invés de cortá-las para economizar.

Outra tarefa essencial é revisar inteiramente a suspensão, incluindo as molas auxiliares (batentes de suspensão). Já em relação aos amortecedores, eles devem ser trocados por um modelo capaz de suportar cargas mais elevadas.

No caso de substituição de pneus por unidades maiores e mais largas, é necessário confirmar que nenhum dos quatro raspe na carroceria. Além disso, a oficina escolhida deve ser especializada nesse tipo de serviço.

Terminados os procedimentos, nunca é demais reforçar a importância de se redobrar a atenção na hora de dirigir; afinal, o veículo irá raspar em elevações. Ao invés de apostar na alta velocidade, o condutor precisa transitar mais devagar, especialmente para não correr o risco de passar sobre buracos.

Afinal, rebaixar o carro vale a pena?

Corrida de Stock Car

O único real benefício é do ponto de vista estético, ou seja, totalmente subjetivo, de acordo com a preferência do proprietário. Portanto, levando em conta os custos, os riscos e os possíveis prejuízos com o veículo, em geral não vale a pena.

Algumas pessoas contra-argumentam, citando os carros de corrida como exemplo, pois além de serem rebaixados, possuem teoricamente maior nível de estabilidade em curvas.

Mas é preciso frisar que esses automóveis são fabricados especialmente para competições em pistas fechadas, onde não enfrentam solos acidentados ou lombadas. Sem contar que o conforto está longe de ser objetivo de um piloto.

Esta reportagem também encontra-se disponível na Revista Reparador S/A – Edição 01. Leia o material completo!

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