20 de janeiro, dia nacional do VW Fusca

 20 de janeiro, dia nacional do VW Fusca

Em 17 de fevereiro de 1972, há quase 52 anos o Volkswagen Fusca número 15.007.034 saiu da linha de produção em Wolfsburg, Alemanha, superando o recorde de produção anteriormente mantido pelo Ford Modelo T. Em comemoração a essa conquista que quebrou recordes, a Volkswagen lançou a edição especial World Champion, que foi vendida até março daquele ano. Hoje, prestamos homenagem ao Fusca e ao legado que construiu como um dos automóveis mais importantes da história.

20 de janeiro dia nacional do VW Fusca

Quando o primeiro Fusca saiu da linha de produção, ele era simplesmente chamado de Volkswagen – “o carro do povo” – mas sua forma distintiva inspirou apelidos em todo o mundo: Fusca, Käfer, Vocho, Coccinelle, Beetle ou Maggiolino. A produção em série começou em 1945, e 21,5 milhões de carros da primeira geração foram vendidos, tornando-o o carro mais popular fabricado em uma única plataforma de todos os tempos.

O Fusca foi uma obra-prima de inovação e economia – compacto, prático e barato para comprar e manter. A forma curva, vista apenas em veículos de porte maior, lhe conferiu uma aparência diferenciada e também aerodinâmica para um carro compacto.

A tração traseira e sua pequena estatura proporcionaram excelente dirigibilidade ao Fusca, especialmente quando comparado aos enormes carros americanos da época. Colocando em prática uma solução utilizada em carros como da Tatra, o inovador motor refrigerado a ar exigia menos manutenção e era fácil de consertar.

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A individualidade foi um componente-chave do sucesso do Fusca. Nos Estados Unidos, rapidamente se tornou um símbolo tanto da contracultura quanto da união. Edições especiais, como o Jeans Bug dos anos 1970, deram vida à personalidade do Fusca.

Variantes off-road criadas pela comunidade de entusiastas deram um novo propósito ao Fusca como a variação desenvolvida por Bruce Meyers, que construiu um buggy de dunas com o chassi do Fusca para competir na Mexican 1000 de 1967 – seu “Meyers Manx”.

Assim como o World Champion, a Volkswagen usou edições limitadas para homenagear ocasiões especiais ao longo da vida do Fusca. Para marcar o fim da produção na fábrica de Puebla, México, uma série limitada de 3.000 modelos 1600i Última Edición foi produzida em 2003.

ultimo fusca produzido em 2003
Último fusca produzido mundialmente em 2003

No Brasil

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a América Latina era vista como mercado promissor para reerguer a Volkswagen. O presidente da VW na Alemanha Heinz Nordhoff designou Friedrich Wilhelm para sondar os países e escolheu o Brasil para iniciar as atividades no continente.

No início, a Brasmotor, que já tinha experiência no ramo automotivo, comercializando e montando veículos da Chrysler, ficou responsável pela venda e montagem dos Fuscas em regime CKD em 1950, até a chegada da VW oficialmente em 1953, porém, só em 1959 a Volkswagen passava a nacionalizar o modelo.

Dia nacional do Fusca
Armazém na Rua do Manifesto, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. De lá, saíram as primeiras unidades do Fusca, montadas com peças importadas da Alemanha e apenas 12 empregados. De 1953 a 1957, foram montados nesse galpão 2.820 veículos.

A mecânica simples do VW

Ao longo de décadas, o Volkswagen Fusca tornou-se um ícone da mobilidade no Brasil. Desde seu início, o Fusca no Brasil foi alimentado por motores quatro-cilindros refrigerados a ar, mantendo uma fidelidade ao design original que o tornou uma lenda automotiva.

Ao longo de sua história, o Fusca teve poucas alterações, incluindo seu motor, que foi ampliado de 1.200 cm³ para 1.300 cm³ em 1967, proporcionando 45 cv brutos. Essa mudança ajudou a desenvolver mais torque apesar da potência específica não mudar.

Em 1970, uma nova evolução marcou a história do Fusca no Brasil com a introdução do motor de 1.500 cm³, gerando 52 cv brutos. Esta versão trouxe consigo uma alteração na bitola traseira, aumentada em 62 mm, rendendo-lhe o apelido de “Fuscão”.

Em 1974, o motor do Fusca recebeu sua última modificação em cilindrada, adotando o motor de 1.600 cm³ com dupla carburação, proporcionando 65 cv brutos na versão mais potente. Além do aumento na potência, houve alterações na bitola dianteira, para-brisa maior, sistema de ventilação interna e a adição do pisca-alerta. Essa fase representou um marco na evolução do modelo.

Antes do fim de sua produção, em 1985 o Fusca chegou a ganhar uma versão movida a etanol e sua produção foi encerrada em 1986. Em 1993, nnos mais tarde o Fusca voltou, persistindo até 1996.

Dia nacional do Fusca

O “Dia Nacional do Fusca” é celebrado em 20 de janeiro e a comemoração da data teve início em 1988, dois anos após o fim da produção do modelo, em uma ideia que surgiu no clube oficial do Fusca no Brasil, conhecido como Sedan Clube do Brasil e que foi abraçado pela Volkswagen e seu gerente de marketing da época, Luís Barbosa.

Diversos eventos são realizados pelo Brasil em comemoração à data desde então, como passeios em autódromos, encontros em grandes estacionamentos e exposições do modelo da VW.

Os motores

O Volkswagen Fusca no Brasil passou por diversas evoluções em seus motores ao longo das décadas, cada uma marcando uma fase única na história desse veículo icônico. Vamos explorar mais especificamente as características dos motores de 1200 cm³, 1300 cm³, 1500 cm³ e 1600 cm³.

Motor 1200, utilizado até o primeiro semestre de 1966
  1. Motor 1200 cm³:
    • Ano de Introdução: O motor de 1200 cm³ foi inicialmente utilizado no Fusca brasileiro em meados dos anos 1960.
    • Potência: Gerava aproximadamente 36 cv brutos. 8,7 kgfm de torque.
    • Câmbio: 4 marchas – relação 8×35
    • Características Notáveis: Esse motor era a base do Fusca na época e marcou o início da produção local do veículo. Sua simplicidade e confiabilidade o tornaram um componente fundamental na popularização do Fusca no Brasil.
Os motores 1300 foram adotados no segundo semestre de 1966
  1. Motor 1300 cm³:
    • Ano de Introdução: A transição para o motor de 1300 cm³ ocorreu no modelo de 1967.
    • Potência: Aumento para cerca de 45 cv brutos. 9 kgfm de torque.
    • Câmbio: 4 marchas – relação 8×35
    • Características Notáveis: Apesar de manter a mesma potência do motor de 1200 cm³, o aumento na capacidade cúbica contribuiu para melhorar o desempenho e a eficiência do Fusca. Esta mudança ocorreu no início da década de 1970.
Externamente o motor 1500 não possuía muitas diferenças, porém recebia pistões maiores
  1. Motor 1500 cm³:
    • Ano de Introdução: O motor de 1500 cm³ foi introduzido em 1970.
    • Potência: Aumento significativo para cerca de 52 cv brutos. 10,3 kgfm de torque.
    • Câmbio: 4 marchas – relação 8×33
    • Características Notáveis: Essa versão trouxe consigo uma alteração na bitola traseira do Fusca, aumentada em 62 mm, proporcionando uma mudança perceptível em seu porte. Este modelo ficou conhecido popularmente como “Fuscão”.
O motor 1600 acompanhou o Fusca de 1974 até sua despedida em 1996
  1. Motor 1600 cm³:
    • Ano de Introdução: A versão de 1600 cm³ surgiu em 1974.
    • Potência: Atingiu 58 cv brutos (na versão a àlcool da década de 80). 11,9 kgfm de torque.
    • Câmbio: 4 marchas – relação 8×31
    • Características Notáveis: Uma das versões mais potentes do Fusca no Brasil até então, o motor de 1600 cm³ trouxe consigo melhorias como a introdução da dupla carburação. Isso não apenas aumentou a potência, mas também acompanhou alterações na bitola dianteira, para-brisa maior, sistema de ventilação interna e pisca-alerta. Este motor foi aplicado até o último Fusca em 1986 e retomado em 1993 na série “Itamar”.

Ao todo, mais de 23 milhões de Fuscas foram vendidos em todo o mundo. Seja na vida cotidiana ou na tela de cinema (o Fusca apareceu em dezenas de filmes), graças ao seu visual icônico, ele trouxe sorrisos por onde passou.

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