Sistema Wrist-Twist – A tentativa da Ford de substituir o volante
É difícil imaginar dirigir um carro com algo diferente que um volante. Essa peça está presente desde a criação do automóvel moderno e não mudou muita coisa até hoje. O que poucos sabem é que já existiu um projeto para a sua substituição, chamado de sistema Wrist-Twist.
Em 1965, a Ford tentou aposentar o volante, a ideia era utilizar um sistema de controle de duas mãos, onde apenas o pulso se movia. O dispositivo foi instalado no veículo Mercury Park Lane e chegou a circular pelas ruas da cidade de Dearborn, Michigan, nos Estados Unidos, apenas para testes.
Características
O Wrist-Twist foi desenvolvido por Robert J. Rumpf, engenheiro aeroespacial que trabalhava na criação de mísseis. Ele foi contratado pela empresa para encabeçar projetos experimentais e dar uma incrementada visual dos veículos da Ford.
O projeto chegou a ser testado por diversas pessoas e aprovado por muitas delas. O sistema consistia em uma base de altura ajustável e dois “mini volantes” em suas extremidades. Com o Wrist-Twist, que literalmente significava torção de pulso, era exigido menos esforço do motorista e era possível manusear com os dois braços apoiados.
Outro item bastante elogiado, além de uma maior facilidade, foi uma maior amplitude no campo de visão e mais espaço dentro do veículo. Ao observar a funcionalidade do Wrist-Twist é de se estranhar a falta de movimentos grandes e circulares, um item mencionado pelo jornalista Alex Markovich, da Popular Mechanics, em 1965.
“Empurrei um anel e subi o outro, tentando torcer o garfo inteiro. O carro tremeu embaraçosamente e continuou em frente. Quando nos aproximamos da próxima esquina, eu me concentrei muito. ‘Basta torcer os braceletes’, pensei, ‘não todo o maldito carro’. Eu torci, e o carro deu uma guinada para a direita. Quase subiu o meio-fio antes de conseguir corrigir”, relata Markovich, na edição de abril de 65.
Por que o Wrist-Twist não pegou?
Apesar do comercial de cunho sexista (pejorativo para as mulheres), que afirmava que o invento era tão fácil que até uma mulher poderia utilizar, o item chamou a atenção do público em geral. Mas por uma série de motivos o Wrist-Twist não ganhou uma produção em larga escala.
A funcionalidade de um volante é bem mais simples do que o Wrist-Twist, além de ser mais barata também. Outro ponto a ser observado era uma certa desconfiança sobre o produto. No comercial divulgado, a Ford afirmava que era fácil realizar uma baliza com o veículo, mas a filmagem mostra o carro saindo da vaga, porém com o vídeo em reverse.
Talvez um dos pontos principais para o fracasso do invento de Robert J. Rumpf foi o fato dele não ser necessário. Basicamente, o sistema propunha resolver problemas que não existiam com o volante, ou seja, era um gasto desnecessário que apenas iria encarecer o veículo.
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