Reparação Histórica: Direção Hidráulica

 Reparação Histórica: Direção Hidráulica

Foi-se o tempo em que os carros tinham sistemas densos e complexos, tornando sua condução uma tarefa complicada. Peças sem aerodinâmica, volantes pesados e difíceis de girar: essas eram as características dos automóveis por volta de 1880.

Algumas tentativas foram feitas, como direções a vácuo, mas sem sucesso naquele momento. Porém, uma revolucionária invenção estava por vir na década de 1920 para virar a chave da situação.

Neste Reparação Histórica vamos destacar o sistema de direção hidráulica, que se tornou tão popular a ponto de, mesmo após mais de um século, seguir como parte fundamental de diversos veículos. Vamos, então, conhecer a história da origem dessa grande obra.

O protótipo

Diferentemente das patentes iniciais, a verdadeira direção hidráulica que conhecemos hoje foi criada cerca de 40 anos depois da invenção do carro.

Seu idealizador foi Francis Davis, engenheiro da fabricante de automóveis e caminhões Pierce Arrow, que, por volta de 1920, começou a trabalhar em um projeto para ajudar seus clientes e amigos caminhoneiros.

O sistema hidráulico nasceu com o propósito de aliviar o peso da direção sem tirar a capacidade do volante de se esterçar (virar para a esquerda e direita), além de realizar manobras, seja em veículos leves ou pesados.

Componentes da direção hidráulica

Davis então recebeu alguns de seus veículos de carga e, com a ajuda de alguns engenheiros, foi rapidamente construindo seu projeto de sistema.

E assim como seu tempo de produção, o sucesso da modalidade hidráulica também foi crescendo a todo vapor, claramente por conta da sua eficiência. Dos caminhões, Francis passou para os barcos, e destes, para os carros.

Seu primeiro sistema hidráulico automotivo foi criado para um Cadillac, o que gerou um contrato com a General Motors (GM) para aplicá-lo nos futuros modelos do veículo. Alguns anos depois, este acordo foi replicado aos modelos Buick.

Em 1939, com o começo da Segunda Guerra Mundial, cerca de 10 mil veículos de batalha circulavam com o sistema hidráulico de Francis instalado. Porém, ao final da guerra, também chegava ao fim o período de expiração das patentes de Francis.

Assim, dando um grande passo em sua história, a Chrysler utilizou a patente como base e desenvolveu sua própria direção hidráulica, a ‘Hydraguide’.

Isso fez com que a GM voltasse atrás com Francis para mais um contrato, que resultou em mais de um milhão de unidades de carros produzidos com sua direção hidráulica. Em 1956, um quarto de todos os veículos do mundo carregavam o sistema.

Hoje extremamente difundida no Brasil, a direção hidráulica ainda era um artigo de luxo na época mencionada acima.

Componentes e funcionamento

Bomba hidráulica

  • Bomba hidráulica: serve para pressurizar o óleo;
  • Tubulação de baixa e alta pressão: realiza o ciclo de transporte de óleo;
  • Reservatório de óleo: faz o armazenamento;
  • Pinhão: efetua os giros;
  • Cremalheira: orienta as rodas para os lados.

Assim, o processo é bem simples: o motorista vai efetuar uma manobra e, para controlar o veículo, os componentes acima entram em ação.

O volante irá virar para um lado e, junto a ele, a barra de torção e o pinhão também giram e transmitem esse movimento à cremalheira que, por sua vez, gira para o lado contrário, orientando as rodas para o sentido que o condutor pretende virar.

Durante esse movimento, a bomba hidráulica pressuriza o óleo liberado pelo reservatório e, quando pressionado, este suaviza o manuseio.

Por fim, a cremalheira aciona peças menores e as rodas são, então, direcionadas para o mesmo sentido que o volante, imitando o movimento executado.

Mãos ao volante

A excelência das ações só se dá por conta da eficiência e pressão do óleo, liberado por uma válvula presente no volante. Em veículos maiores, a pressão é proporcionalmente maior.

Entretanto, devido a fatores como o menor consumo de combustível e a maior leveza na versão modernizada, a direção hidráulica está sendo gradativamente substituída pela direção elétrica. E assim seguimos os ciclos das grandes evoluções.

Esta reportagem também se encontra na Revista Reparador S/A – Edição 02. Clique aqui para ler o material completo.

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