Quem foi Carlos Alberto de Oliveira Andrade, falecido dono da Caoa
Conheça mais sobre esse executivo brasileiro e sua contribuição para o mercado automotivo
Muito além dos modelos Chery Tiggo, o grupo Caoa foi um dos responsáveis por expandir a presença de outras marcas de veículos no Brasil, introduzindo a Renault e a Hyundai ao país, por exemplo.
Por meio da atuação visionária e empreendedora do dono da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, empresas estrangeiras conheceram os motoristas brasileiros e, assim, cresceram no mercado.
Embora tenha parado de praticar medicina há anos, Andrade era chamado carinhosamente por todos como “doutor” e muito respeitado no setor automotivo brasileiro. Seu falecimento, no dia 14 de agosto de 2021, provocou pesar para os milhões que já haviam trabalhado com ele, inclusive marcas que já tinham rompido a parceria, como a Hyundai.
Conhecido como um empreendedor nato, o paraibano aceitava fechar negócio de maneiras inusitadas, como pagamento em terrenos, tijolos ou cabeças de gado. Ele expandiu sua rede, do Nordeste ao Sudeste e, depois, para o restante do país. Até hoje, ainda inclui a maior rede de concessionárias da Ford no Brasil.
A administração do grupo Caoa continuará nas mãos dos filhos do falecido fundador, o qual, no século passado, começou sua história automotiva com muita coragem.
O nascimento do grupo CAOA aconteceu depois da compra frustrada de um carro
Carlos Alberto de Oliveira Andrade começou a atuar no ramo automotivo há mais de quatro décadas, em 1979. O que nem todos sabem é que essa iniciativa veio por um acontecimento específico, a princípio, frustrante. Quando comprou um veículo em uma concessionária de Campina Grande (PB), Carlos nem chegou a recebê-lo, pois a concessionária faliu.
Diante da situação, o empresário propôs ficar com o estabelecimento, para compensar o pagamento feito pelo carro. Assim nasceu a CAOA – com nome formado pelas iniciais de seu fundador. Os avanços foram rápidos e, em menos de seis anos, a Caoa se consolidou como a maior revendedora Ford da América Latina. Não é pouca coisa, né?
Os horizontes foram se expandindo, quando, em 1992, o Brasil abriu as portas para a importação de veículos. Assim, a Caoa passou a importar modelos da Renault, que fizeram muito sucesso em território nacional. Em um período de três anos, a fabricante francesa ocupava a quinta posição no mercado automotivo geral brasileiro, enquanto liderava o segmento de importados.
Aumentando ainda mais seu portfólio, em 1998, a Caoa passou a importar veículos da Subaru e, em 1999, opções da Hyundai.
Foi apenas em 2007 que a Caoa criou a sua própria montadora, não focando mais apenas na revenda. Com um investimento de R$ 1,2 bilhão, o empreendimento ganhou vida em Anápolis, um distrito agroindustrial. Atualmente, são produzidos no local os modelos Hyundai ix35, New Tucson e as linhas comerciais leves, HR e HD.
Além dos veículos citados, também são produzidos os exemplares da marca Caoa Chery Tiggo 5x, Tiggo 7 e Tiggo 8. A Caoa Chery, como o nome já pode indicar, surgiu em 2017 por meio de um acordo entre a Caoa, empresa de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, e a Chery, firma chinesa, com o propósito de lançar uma nova montadora.
Desde sua inauguração, a Caoa Chery vem crescendo, já tendo lançado seis automóveis desde então. A fabricação desses, classificados como SUVs e sedãs, ocorre totalmente no Brasil, com design e tecnologia de ponta.
E, sim, toda essa história aconteceu porque depois de uma compra frustrada, no final dos anos 1970, Carlos Alberto de Oliveira Andrade teve a visão de entrar no setor automotivo.
Compartilhe