Novo regulamento da F1 remodela motores a partir de 2026
Objetivo da FIA é aliar a pegada ecológica atual da indústria automobilística à necessidade de diminuir custos
A Federação Internacional de Automobilismo anunciou uma importante mudança na Fórmula 1 a entrar em vigor a partir de 2026. Os motores fabricados para as disputas da categoria passarão por uma remodelagem, tendo em vista a sustentabilidade e a economia.
O novo regulamento aprovado pelo Conselho Mundial da entidade busca atender o interesse de um número maior de montadoras, por meio da implementação de uma unidade de potência mais limpa, do ponto de vista ambiental, e financeiramente mais barata.
Para assegurar a competição justa nessa readequação, estão previstos a manutenção dos motores V6 1.6 litros; o aumento do sistema híbrido para 350 kW; a eliminação do MGU-H; e a introdução de um teto para a produção das peças.
Eletricidade e combustíveis sintéticos
A tendência global do mercado automotivo de flerte com matrizes menos poluentes foi determinante para que a F1 buscasse migrar para um sistema inédito, no qual os novos motores passarão a funcionar em duas bases: a primeira, amparada na potência elétrica; a segunda, com combustível de eficiência 100% renovável.
Assim, de 2026 em diante, a F1 não usará mais combustível fóssil vindo do processamento de petróleo. A nova mistura será originada de fontes sintéticas que também queimam carbono, mas retirado de bioderivados como biomassa das plantas, lixo municipal e, especialmente, da própria atmosfera.
Isso fará com que a carga de dióxido de carbono (CO2) jogada no ar seja a mesma capturada previamente para gerar o combustível – o que, por sua vez, manterá a equação da pegada de carbono neutra.
E não só isso! O uso expressivo da eletricidade que é gerada na recuperação da energia cinética dos carros será responsável pelo abastecimento das baterias. O sistema converte em potência a força dissipada nas freadas, alimentando os motores híbridos. Portanto, a gasolina gasta durante as provas deverá ser substancialmente menor.
Até 2013, por exemplo, no fim da era dos motores V8, eram utilizados em média 160 Kg de combustível por corrida. Com a introdução das unidades híbridas no ano seguinte, a quantidade diminuiu para 100 Kg. Em 2026, a expectativa é que fique entre 70 e 80 Kg.
Nova realidade, novas adesões
Além de mais moderna, essa futura unidade de potência da F1 permitirá que novos fabricantes ingressem na modalidade, já totalmente alinhados à responsabilidade ecológica que é pilar em suas campanhas de marketing nos últimos tempos.
Após o anúncio da FIA, a americana Ford e as alemãs Audi e Porsche, do Grupo Volkswagen, declararam que ligarão seus motores para as disputas de 2026, se juntando às marcas Mercedes, McLaren, Williams, Aston Martin, Ferrari, Honda e Renault, cada uma com suas respectivas escuderias.
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