Gasolina sintética: o futuro dos combustíveis automotivos?

 Gasolina sintética: o futuro dos combustíveis automotivos?

Mesmo com custo elevado, avançam os estudos para desenvolver a nova base; confira!

Num cenário de aumento das preocupações ambientais e busca por rotas de produção mais sustentáveis, a gasolina sintética surge como uma das maiores promessas para reorientar a indústria automotiva global.

O combustível inovador é produzido a partir de matrizes renováveis, apresentando uma série de benefícios em relação à gasolina convencional derivada do petróleo. Mas será que isso, por si só, pode garantir o futuro da mobilidade? Para responder a pergunta, antes é necessário compreender alguns pontos.

Também conhecida como “e-gasolina”, essa novidade essencialmente sintética é fabricada através de processos químicos oriundos de fontes como a biomassa, o gás natural ou, até mesmo, a eletricidade.

Porém, diferentemente da variação convencional extraída do petróleo bruto, a gasolina sintética é criada com base em elementos abundantes e renováveis na natureza, o que a torna uma alternativa mais “limpa” e de menor impacto ambiental. Entenda melhor abaixo.

Tubo de ensaio com gasolina sintética.

Processo de desenvolvimento

A produção da gasolina sintética envolve várias etapas sequenciais. Na primeira delas, resumidamente, ocorre a obtenção da matéria-prima, que – como informado – pode ser biomassa, tal qual os resíduos agrícolas e florestais ou o gás natural.

Em seguida, esse material passa por um processo complexo de conversão química, no qual é transformado em um gás sintético (síntese de Fischer-Tropsch). O produto ali gerado é, então, convertido em hidrocarbonetos líquidos.

Vale dizer que isso acontece por meio de reações adicionais. Logo, o resultado final é uma gasolina de alta qualidade, praticamente idêntica àquela derivada do petróleo, mas com a característica especial de ser bem menos poluente.

Posto de combustível com gasolina sintética.

Benefícios da Gasolina Sintética

A gasolina sintética tem a capacidade de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, em comparação à convencional. Como é produzida a partir de substratos que não se esgotam, sua “pegada de carbono” é consideravelmente menor.

Sem contar que a queima desse combustível resulta em emissões inferiores de poluentes, como dióxido de enxofre e partículas finas.

Outro benefício importante é a compatibilidade com a infraestrutura de produção já em vigor. Em outras palavras, a gasolina sintética pode ser usada em motores de combustão interna convencionais sem a necessidade de modificações significativas no sistema.

Isso, por sua vez, faz dela uma alternativa bastante atrativa às montadoras, se analisados os tipos de veículos que atualmente circulam, porque dispensaria uma substituição em larga escala da frota atual de automóveis.

Composta de material renovável, a gasolina sintética contribui para reduzir a dependência do petróleo e diversificar a base energética. Além disso, pode impulsionar a economia local, incentivando o cultivo da biomassa e a produção dos chamados biocombustíveis. Os frutos são fantásticos, de fato.

Pátio com reservatório de combustíveis.

Desafios e Perspectivas Futuras

Apesar das vantagens óbvias, desenvolver o combustível impõe desafios relevantes, sobretudo em relação à escala produtiva e ao custo. Seu processo de fabricação ainda é relativamente complexo e caro, algo que, por ora, limita a viabilidade comercial a nível mundial.

No entanto, com os avanços tecnológicos e os muitos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, espera-se que essas barreiras sejam superadas gradualmente, tornando a gasolina sintética mais acessível e amplamente disponível o mais brevemente possível.

Essa, aliás, é a expectativa da indústria, principalmente tendo em vista todo o esforço geral feito em torno do transicionamento energético. E justamente nesse sentido é que o novo produto sintético se revela promissor.

Entre as marcas que trabalham na dianteira para desenvolvê-lo, estão alguns nomes de peso, como a Audi, a Bosch e a Porsche, que contam, ainda, com o apoio do governo federal alemão, sempre antenado ao tema.

Se cabe à “e-gasolina” o encargo de protagonizar a redução das emissões de CO2 e a mitigação dos impactos ambientais do segmento automobilístico (que são muitos), ainda não dá para apontar.

Contudo, não há dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, o combustível vai assumir o papel de destaque na construção de um futuro “verde” e sustentável no setor. Aguarde os próximos capítulos!

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