Durou pouco! O breve legado do Chevrolet Tigra no Brasil
Por que um carro promissor teve uma passagem tão curta pelo país? Entenda quais fatores determinaram o tempo de permanência do veículo no mercado nacional
Pergunta para quem virou o milênio: você se lembra de algum Chevrolet Tigra andando pelas ruas da sua cidade no fim dos anos noventa ou início da década de 2000? Caso não tenha essa memória (ou pertença à chamada Geração Z) está desculpado. E já, já vai dar para entender o porquê.
Lançado em 1998, o modelo chegou ao país como uma grande aposta da General Motors para conquistar o público interessado em carros esportivos e compactos. Porém, sua passagem pela indústria automobilística brasileira foi apressada e rodeada de peculiaridades e controvérsias.
Sabendo disso, na matéria de hoje, decidimos investigar quais fatores transformaram as projeções mais positivas da GM em relação ao exemplar da época num fracasso colossal de vendas. Levantamos quatro razões principais que ajudam a explicar essa derrocada. Confira uma a uma.
1. Segmento comercial e concorrência
O Tigra foi apresentado num momento em que o mercado nacional ainda não tinha uma demanda significativa por veículos do mesmo segmento. Na categoria de carro esportivo e compacto, ele ocupou um nicho específico que não correspondia completamente às preferências predominantes do público naquele tempo.
Além disso, enfrentou fortíssima concorrência de modelos já estabelecidos, o que dificultou sua aceitação entre os consumidores. A inclinação por automóveis populares e tradicionais limitou bastante o apelo do novo Chevrolet.
2. Preço e posicionamento
O valor inicial do Tigra nas concessionárias foi considerado elevado para o período em que competia. Isso afetou sua atratividade aos olhos dos compradores, já que havia opções mais acessíveis e reconhecidas à disposição.
3. Baixa vendagem e estratégias de marketing
As saídas do Tigra não alcançaram os números esperados pela GM. A ausência de uma estratégia de marketing eficaz e investimentos mais consistentes em publicidade também contribuíram para a falta visibilidade do novo exemplar, impactando diretamente as negociações por aqui.
4. Logística e custos de produção
O Tigra era importado ao Brasil, – fato que obviamente acarretava em custos mais altos. E o repasse desse gasto extra, juntamente com a incompatibilidade de adequação do veículo ao restante da frota local, influenciaram na decisão da fabricante de descontinuar a produção no país, encerrando um ciclo efêmero e malfadado.
Especificações da versão nacional
Importa ressaltar que os dados a seguir podem conter variações, a depender do ano de comercialização e de possíveis atualizações ou lançamentos específicos.
- Motorização:
Motor 1.6L de 16 válvulas. Potência aproximada de 97 cavalos.
- Desempenho:
Aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 10 segundos.
Velocidade máxima de 185 km/h.
- Transmissão:
Geralmente, manual de 5 marchas.
- Design e características:
Carroceria hatchback de duas portas.
Visual esportivo, com linhas arrojadas e aerodinâmicas usadas naquele tempo.
Interior compacto, com capacidade para quatro ocupantes.
- Recursos:
Ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, entre outros recursos.
- Segurança:
Airbags (dependendo da versão) e freios ABS (antitravamento).
Devido à combinação de todas essas condicionantes, o Chevrolet logo sumiu do radar do setor automotivo brasileiro. Aliás, sua interrupção aconteceu em 2000, apenas dois anos após sua chegada, deixando um legado como ‘aposta não confirmada’.
Embora o Tigra tenha enfrentado dificuldades e não tenha conquistado o sucesso esperado, seu design e características técnicas foram elogiados por entusiastas de automóveis, sendo lembrado como um modelo interessante e inovador para a época.
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